Movidas pela necessidade de contribuir para a manutenção da família, ou mesmo pelo desejo de obter realização profissional, as mulheres estão, ao longo desta década, cada vez mais presentes no mercado de trabalho. Apesar de os homens ainda terem uma participação bem mais expressiva (74,5% dos homens fazem parte da força de trabalho) que as mulheres (50,2% encontram-se na mesma situação), de 1989 até 1996 a taxa de participação feminina cresceu 8,9%, enquanto a masculina caiu 3,6%.
A quantificação e a análise da incorporação da mulher no mundo do trabalho tornou-se uma questão prioritária. Isso se deve não só à importância da luta pela emancipação feminina e de igualdade entre os gêneros, como pelo crescente peso específico das mulheres no mercado de trabalho. Além disso, há a possibilidade de as novas configurações do trabalho serem mais adequadas às aptidões e características femininas, que as encontradas no mercado de trabalho até alguns anos atrás. O aumento recente da participação feminina no mercado de trabalho resulta, principalmente, da maior inserção de mulheres na faixa etária de 25 a 39 anos e de 40 anos e mais, cujas taxas alcançaram patamares sucessivamente mais elevados, com expansões de 16,5% e 20,1%, respectivamente, desde o início dos anos 90. Nesta década, houve redução apenas das taxas das mulheres com menos de 18 anos, situação bem distinta à da população masculina, para a qual houve queda das taxas de participação em todas as faixas etárias.